VIDA NAS RUAS

Vereador diz que moradores de rua negam ajuda por dependência e Bolsa Família em Farroupilha

Darlan de Jesus esteve em quatro bairros do município e se deparou com situações adversas

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FARROUPILHA
Foto: Eduardo Garcia/Grupo RSCOM

A cena de pessoas dormindo nas ruas de Farroupilha tem sido frequente nas últimas semanas. Locais como o Clube do Comércio, no Centro, além de pontos nos bairros São Luiz, Do Parque e Santo Antônio viraram uma espécie de abrigo, mesmo com as baixas temperaturas durante a noite/madrugada.

Com o intuito de conhecer um pouco mais sobre a situação destas pessoas e tentar ajudá-las, o vereador Darlan de Jesus (PL) foi às ruas, no entanto, pouco pôde fazer diante da situação que encontrou, como ele relatou em entrevista ao Portal Leouve.

“A principal situação foi a questão das drogas. Todos eles têm algum envolvimento ou com drogas, ou com álcool, o que levou essas pessoas a morar na rua. É um problema bem complexo e a gente sabe que o que vai mudar isso de fato são as políticas públicas municipais, como estendendo o prazo do albergue, facilitando que essas pessoas consigam um emprego e vida digna”, salientou o parlamentar.

Vereador Darlan de Jesus (Foto: Eduardo Garcia/Grupo RSCOM)

Sempre se identificando como vereador do município e explicando que estava ali apenas para oferecer ajuda, a resposta foi negativa em todas as tentativas.

“Eu busquei um contato bem tranquilo, até porque essas pessoas já estão em uma situação bem delicada, então a ideia foi de fato fazer a abordagem dessa maneira. Eu estava ali para oferecer uma ajuda, só que não tive êxito nessa questão porque as pessoas têm esse direito de ir e vir. Eu não posso pegar elas pelo braço e obrigar elas a irem para um abrigo”, ponderou Jesus. Segundo ele, dias depois do contato com essas pessoas na rua, elas já não se encontravam mais nos lugares.

O perfil dessas pessoas eram homens, acima de 25 anos e todos com algum envolvimento com drogas ou álcool. Alguns deles não possuem família ou mesmo não lembram, e por conta disso se instalam nas calçadas da cidade. O recebimento de um auxílio do Governo Federal faz os mesmos recusarem a buscar uma das cerca de 200 vagas de empregos disponíveis no Balcão do Trabalhador.

“Todas recebem esse auxílio do Bolsa Família de R$ 600, que é vinculado pelo município e é difícil controlar isso porque tem cidades que dão agens para estas pessoas saírem do município. Então como a gente vai saber quando vai chegar um ônibus com moradores de rua. É muito difícil de mensurar isso. Até conseguir catalogar todos, leva-se um tempo”, concluiu Darlan de Jesus.

A parceria com o 36º Batalhão de Polícia Militar (36º BPM) foi elogiada por Darlan, que pediu atuação mais firme da Guarda Municipal (GM), a qual pode ampliar ainda mais a fiscalização nas ruas e praças em Farroupilha.

Pessoa dormindo em frente ao Clube do Comércio, no Centro (Foto: Eduardo Garcia/Grupo RSCOM)

Atualmente, a Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social vem realizando, de forma contínua, ações de acompanhamento e abordagem social a pessoas em situação de rua. As abordagens ocorrem no período diurno e são conduzidas por técnicos da Política de Assistência Social, que oferecem os serviços disponibilizados pelo Poder Público voltados a essa população.

As ações são coordenadas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e incluem desde o contato com familiares, articulação e encaminhamento para os demais serviços da rede de atendimento de Farroupilha, até o fornecimento de agens intermunicipais, nos casos em que a pessoa não reside em Farroupilha e deseja retornar à sua cidade de origem. Também é oferecido acolhimento no Albergue Municipal, com estrutura adequada para pernoite.

O Albergue Municipal funciona diariamente das 19h às 7h, na Rua José Francischini, nº 71, bairro Planalto. O local possui capacidade para atender até 15 pessoas e conta com dois quartos masculinos, dois quartos femininos e um espaço reservado exclusivamente para mulheres vítimas de violência doméstica.

Albergue Municipal tem capacidade para atender até 15 pessoas (Foto: Eduardo Garcia/Grupo RSCOM)

A chefe da pasta, Anita Maioli Pasqual, ressalta que o aceite do serviço é uma decisão individual da pessoa abordada.

“Entendemos que se trata de uma situação delicada. No entanto, enquanto Poder Público, não podemos obrigar ninguém a aceitar o acolhimento. As abordagens são realizadas com sensibilidade e por profissionais capacitados, mas a decisão final cabe exclusivamente à pessoa em questão. Há casos de indivíduos que têm familiares na cidade, mas optam por permanecer nas ruas”, explicou a secretária.

Além da hospedagem, são oferecidos café da noite, café da manhã, banho quente e itens de higiene pessoal, garantindo dignidade e cuidado às pessoas acolhidas.

Confira o vídeo publicado nas redes sociais do vereador Darlan de Jesus.