REUNIÃO-ALMOÇO

Na CIC Caxias, presidente da Federasul defende mobilização da opinião pública para romper ciclo de retrocessos no Brasil

Rodrigo Sousa Costa também destacou que a divisão da sociedade em campos opostos enfraquece a classe produtiva

Foto: Diego Pereira/ Grupo RSCOM
Foto: Diego Pereira/ Grupo RSCOM

O presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) Rodrigo Sousa Costa foi o palestrante da Reunião-Almoço da CIC Caxias desta segunda-feira (19).

Em sua fala, ele criticou o momento atual que vive o país e afirmou que vivemos em um momento de inversão de valores. Comentou que as trocas de governos não convergem e causam retrocessos ao país. Também alertou que o maior desafio do Brasil não está apenas nas decisões políticas, mas na capacidade de engajar a opinião pública e na falta de comunicação que mobilize a sociedade.

“A economia se molda por confiança, mas a política se movimenta pela opinião pública. E é isso que a gente faz na Federasul. A gente tem 202 filiadas, com mais ou menos 84.700 associados nessas filiadas. A gente tem um dever que é mobilizar a opinião pública, porque senão vamos seguir eternamente nesse ciclo”, afirmou.

Segundo Costa, sem esclarecer em linguagem ível como decisões políticas afetam o dia a dia das pessoas, o Brasil seguirá prisioneiro de um ciclo de retrocessos. 

O presidente citou que um quarto da população do país depende de programas sociais, enquanto sobra vagas de emprego. Além disso, disse que o rombo nas contas públicas gera inflação e diminui capacidade de investimentos. Nesse sentido, também criticou o crédito consignado na folha de pagamento oferecido pelo governo Federal. Afirmou que a alta carga de juros endivida os funcionários e o torna escravo por dívidas.

“O governo que se diz um governo de trabalhadores cria escravidão pelas dívidas a juros de 6, 7, 10% ao mês”, criticou.

Costa também destacou que a divisão da sociedade em campos opostos enfraquece a classe produtiva.

“A estratégia mais antiga do mundo é dividir para conquistar. Divide entre sul e norte, divide entre esquerda e direita, entre trabalhadores e empregadores. Mas, se eu estou cheio de vagas abertas nas nossas empresas, o meu adversário não é quem está trabalhando. O meu adversário é quem não quer trabalhar”, afirmou.

Ao apresentar as prioridades da Federasul para 2025 e 2026, o presidente da entidade apontou a necessidade discussão de pautas estruturantes. Ele destacou temas como os riscos ao trabalho e à renda, a necessidade de avançar em infraestrutura logística com projetos como a ferrovia multimodal, o Bloco 2 da BR-290 e o Aeroporto de Vila Oliva, além da criação de um fundo constitucional para infraestrutura.