
Natural de Carlos Barbosa, o estudante do terceiro semestre do curso de Biotecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Angelo Luiz Angonezi, de 18 anos, faz parte de um grupo de estudantes que buscam a preservação do meio ambiente por meio da biologia sintética.
O jovem participou do programa Acontece na Serrana na manhã desta quinta-feira (7) e explicou que o anseio por impactar o mundo e a vida das pessoas de forma positiva fez com que aproximadamente 18 alunos da UFRGS, dos cursos de Biotecnologia, Biologia, Design de Produtos, Jornalismo e Engenharia Física, elaborassem um projeto para participar do IGEM, Internacional Genetically Engineered Machine Competition, ou seja, da maior competição de Biologia Sintética do mundo.
Fundada em 2003, por professores do conceituado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a competição tem sido realizada anualmente em Boston, nos Estados Unidos, reunindo estudantes de Ensino Médio, Graduação e Pós-graduação de todos os continentes e nacionalidades, baseada nas ideias de uma comunidade aberta, cooperativa e amigável. E, além de motivar os jovens, a IGEM também financia os projetos vencedores.
Desta forma, com o objetivo de chegar na competição, os jovens cientistas estão criando o Glyfloat. Trata-se de um filtro-boia que contém micro-organismos programados biologicamente para degradarem o Glifosato, o agrotóxico mais usado no Brasil e mais vendido no mundo.
Angelo contou que o herbicida atua bloqueando a produção de algumas proteínas fundamentais para o crescimento das plantas, onde mata apenas as ervas daninhas e deixa a planta intacta. No entanto, apesar da molécula de glifosato ser imóvel no solo, ela acaba sendo carregada para rios e lagos com as chuvas, gerando um desequilíbrio ambiental.
Estudos mostram que este agrotóxico pode causar mutações em peixes, além de deformações físicas em anfíbios, entre outros. Os possíveis efeitos nocivos aos seres humanos ainda são incertos.
“Somente no ano de 2017 o Brasil utilizou 540 mil toneladas de agrotóxicos, destes, um terço foram do Glifosato. Inclusive, no Brasil, a quantidade permitida deste herbicida na água chega a ser 5 mil vezes maior do em países da União Europeia”, salientou o estudante.
Com o objetivo em mente e muitas pesquisas, agora o que falta para levar a equipe da UFRGS até os EUA é o valor da inscrição, que custa US$ 5 mil, aproximadamente R$ 20 mil, que contabiliza também os materiais necessários para a execução do projeto.
O barbosense pede o apoio da comunidade com a doação de qualquer valor em dinheiro, por meio de uma “vaquinha” online. A meta é conseguir o valor total até o dia 20 de março deste ano. Concretizando a inscrição, esta será a primeira equipe gaúcha a participar do IGEM.
Saiba mais sobre o projeto na Fanpage, IGEM UFRGS Brazil – Glyfloat.
Doações podem ser feitas, aqui.
Confira o bate-papo completo com o estudante no programa Acontece na Serrana: