
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a prisão temporária do empresário Joesley Batista e do ex-executivo da J&F Ricardo Saud, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os dois devem se apresentar à Polícia Federal entre este domingo, dia 10, e a segunda-feira, dia 11.
O pedido de prisão foi feito depois de Janot concluir que os colaboradores esconderam do Ministério Público fatos criminosos que deveriam ter sido contados nos depoimentos. A conclusão de que os delatores omitiram informações ou a ser investigada pela PGR a partir de gravações entregues pelos próprios delatores como complemento do acordo.
A PGR também pediu a prisão do ex-procurador da República Marcelo Miller, mas Fachin disse que não há elemento indiciário com a consistência necessária à decretação da prisão temporária.
No sábado (9), a defesa do grupo J&F colocou à disposição os aportes do empresário Joesley Batista e do ex-diretor de Relações Institucionais da holding Ricardo Saud. A defesa do ex-procurador Marcelo Miller também colocou os documentos dele à disposição.
Na decisão, Fachin afirmou que os dois omitiram informações que eram obrigados a prestar no acordo de delação, e que isso pode levar à supensão cautelar de parte dos acordos celebrados. Para ele, a participação deles em “organização voltada à prática sistemática de delitos contra a istração pública e lavagem de dinheiro” justifica a prisão temporária.