Agro Rural

Números mostram queda na produção, mas qualidade garante otimismo de produtores

Safra da Uva
Foto: Dandy Marchetti/ Ibravin

Mesmo que tenha um resultado cerca de 12% menor em relação à safra anterior, a colheita da uva neste ano, que contabilizou 663,2 milhões de quilos de uva destinados ao processamento de produtos vinícolas, traz otimismo ao setor no Rio Grande do Sul por conta da qualidade da produção. Este é o cenário que será debatido durante a 18ª Jornada da Viticultura Gaúcha, nesta quarta-feira, dia 27, no Salão da Comunidade de Faria Lemos, distrito de Bento Gonçalves.

Festejada pelos vitivinicultores como uma das melhores safras de uva da década, a qualidade da uva deve compensar a queda na produção, que já era esperada, principalmente porque a comparação é com uma supersafra considerada a maior da história colhida em 2017, quando foram colhidos 753,2 milhões de quilos de uva para processamento.

O volume, considerado dentro da normalidade histórica, é 12% menor que a vindima anterior. Do total, 597.699.541 foram de uvas americanas e híbridas e 65.540.421 de vitiviníferas. Nesta safra, 113 variedades de uva foram colhidas em 129 municípios do Rio Grande do Sul, com processamento realizado em 64 cidades do estado. Assim como nos últimos seis anos, 50% da produção foi destinada à elaboração de suco.

“Naturalmente, depois de uma colheita muito grande a parreira fica debilitada, sofrendo uma redução na produção. Também tivemos poucas horas de frio no inverno de 2017, o que fez com ela brotasse menos e, consequentemente, diminuísse o volume”, avalia Marcio Ferrari, vice-presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e coordenador da Comissão Interestadual da Uva. O dirigente ressalta, ainda, a importância de uma boa matéria-prima para que os rótulos brasileiros continuem se destacando no mercado interno e no Exterior. “A qualidade desta safra se mostrou muito superior, tanto para os viticultores que vendem a uva para o processamento, como os que comercializam in natura”.

O presidente do Ibravin, Oscar Ló, concorda com a avaliação do vice-presidente da entidade, elogiando a qualidade da matéria-prima para a elaboração de vinhos, espumantes e sucos de uva. “Será uma safra de referência, especialmente para os vinhos tintos de guarda. A nossa expectativa é que reflita positivamente no setor, ajudando impulsionar as vendas”, acrescenta.

Flores da Cunha foi cidade que mais produziu uvas para processamento, enquanto Bento Gonçalves teve o maior volume de vinificação. O Estado segue respondendo por 90% das uvas para processamento no Brasil. Entre as cultivares com maior produtividade neste ano no Estado estão a Isabel, Bordô e Niágara branca, entre as americanas e híbridas, e a Moscato branco, Merlot e Chardonnay, nas vitiviníferas.