A guerra de versões prossegue A guerra de versões prossegue A guerra de versões prossegue A guerra de versões prossegue
A guerra de versões prossegue

Negacionismo ou alarmismo? Vivemos tempos em que não ter posição parece tão crime quanto ser extremista. Há nome para tanto, o isentão. Rótulos são igualmente importantes quanto perigosos. O rótulo economiza descrições, simplifica e – perigosamente – põe numa a alhos e bugalhos, que sabidamente não são a mesma coisa. E aí se parte pra´quele duelo irracional de versão e contra versão.

Veja que num momento único como o que o mundo vive, tem gente que prefere contabilizar quantas pessoas foram curadas e não o número de mortes. Então, boa parte da imprensa acaba se rendendo e a a dar números de pessoas curadas em detrimento daquele número que realmente importa, o dado que aponta a alta letalidade da doença. Ora, se uma gripezinha qualquer se espalhar silenciosamente levando pessoas a morrer por sufocamento, certamente é mais importante saber o poder destrutivo do que a capacidade de resistência dos mais fortes. Eu, por exemplo, nunca entrei em estatística por ter sobrevivido às minhas gripes anuais. Sinal de que isto é número ório.

Ainda falando sobre diferenças e dias atuais. As pessoas, algumas deliberadamente outras por ignorância, aram a colocar num mesmo cesto blogueiros, influencers e jornalistas. Falam com o mesmo peso sobre fakenews (notícias mentirosas), notas sociais exibicionistas e liberdade de expressão. Olha, expor uma ideia seja sobre o assunto que for, é, de fato, direito consagrado a todos. Mentir, difamar e ofender não é.

Uma coisa era detectar mentiras e deturpações de notícias antes das redes sociais, quando os canais eram reduzidos (a gente conhecia o roteiro de certas fakes da época e uma das mais repetidas de tempos em tempos era a da pessoa que encontrou uma cobra de dentro de uma alface comprada no mercado tal, só pra denegrir o mercado do qual alguém não gostava). As fakenews, então, trazem uma informação maldosa que pode levar as pessoas a julgamentos errôneos. O que antes se ava de boca em boca, hoje fugiu de qualquer controle. A mentira se dissemina de uma forma gigantesca e rápida e muitas vezes é construída sobre um fato real, o que torna mais difícil perceber que só um pedaço da notícia é verídica.

Já a imprensa lida com verdades e deve satisfação ao seu público. Pode até ser tendenciosa e aí cada um tem o direito de não mais assistir à Globolixo, por exemplo. Mas, tem cnpj, responsabilidade civil e trabalhista. É empregadora e responde por seus atos falhos.

Não sei se é ilegal o STF abrir processo e investigar. O que, em regra, sabemos é que o poder da caneta de um Juiz, ainda que siga leis, pode pender para onde seu discernimento mandar mesmo que não se concorde. Então melhor não afrontá-lo e os juízes vem sendo afrontados de forma sistemática por quem não entendeu ainda que o Brasil não é uma monarquia absolutista.