DIA MUNDIAL DO DIABETES

Com Diabetes tipo 1, policial militar de Bento Gonçalves supera desafios diários

Mateus Wagner, policial militar, árbitro e ex-fisiculturista, compartilha como mantém uma rotina ativa, servindo de inspiração para outros diabéticos. O 14 de novembro marca o Dia Mundial do Diabetes

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Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Com diagnóstico de diabetes tipo 1 desde 2017, Mateus Wagner, policial militar em Bento Gonçalves e árbitro da Federação Gaúcha de Futebol, transformou o desafio da doença em um motivo de superação. Ao equilibrar os cuidados com a saúde e a rotina intensa de trabalho, ele inspira a comunidade com seu exemplo de disciplina, resiliência e determinação, provando que o diabetes não o impede de seguir seus sonhos. O Dia Mundial do Diabetes, lembrado neste 14 de novembro, abre um leque de oportunidades para o debate e a conscientização sobre a doença e uma vida voltada a hábitos saudáveis.

Caso de Superação

Mateus Wagner, de 32 anos, é um exemplo de superação e adaptação. Soldado da Brigada Militar em Bento Gonçalves, árbitro pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e ex-fisiculturista, ele descobriu o diagnóstico de diabetes tipo 1 em 2017, após apresentar sintomas clássicos da doença. Desde então, Mateus aprendeu a conviver com a condição e a encontrar estratégias para manter seu estilo de vida ativo e sua rotina profissional.

“De início, é sempre difícil, você não tem conhecimento algum sobre a doença. Saí do consultório determinado a me cuidar e fazer o máximo para ser uma pessoa sem impedimentos na vida”, compartilha.

Ele reforça que o diabetes tipo 1 é uma condição que não se desenvolve por comer muito doce, por exemplo. Já diabetes tipo 2 sim, provêm de maus hábitos, obesidade, idade avançada, entre outras causas. Além disso, o tipo 2 pode evoluir para tipo 1, mas o contrário não acontece.

Mateus conta que o tratamento é custoso e envolve desafios diários, especialmente o o a tecnologias como sensores de glicemia, que podem monitorar o nível de açúcar no sangue 24 horas por dia.

Conciliando a vida profissional e os cuidados com a saúde

Mesmo com a exigente rotina de policial e árbitro de futebol, Mateus mantém uma alimentação controlada e uma rotina intensa de atividades físicas, incluindo musculação, crossfit e treinos de corrida. Para ele, monitorar a glicemia antes, durante e depois das refeições e dos treinos é fundamental.

“Sempre tenho que acompanhar a glicose pré, durante e depois do exercício, e verificar a glicose antes e depois de me alimentar. Preciso aplicar doses de insulina antes das refeições, dependendo do que vou comer e da quantidade”, explica.

Durante o expediente e as atividades físicas, Mateus se previne contra eventuais crises de hipoglicemia carregando sachês de carboidratos e usando sensores de glicemia, que alertam para variações glicêmicas e ajudam a evitar crises mais graves.

Inspiração para a comunidade

Mateus também atua como influenciador digital, compartilhando sua rotina e inspirando outros diabéticos a manterem hábitos saudáveis. Ele recebe frequentemente mensagens de apoio e agradecimento de outros diabéticos e familiares, e destaca que esse contato é parte da sua missão de motivar outras pessoas:

“A vida não se resume a glicemias e insulina; a vida pode ser bem mais que isso”.

Prevenção e conscientização

A história de Mateus Wagner ressalta a importância da conscientização sobre o diabetes e a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento adequado para a gestão eficaz da doença. Neste Dia Mundial do Diabetes, 14 de novembro, reforça-se o compromisso de promover práticas saudáveis e buscar soluções para tornar tecnologias e tratamentos mais íveis à população.

Para Mateus, a mensagem para aqueles que convivem com o diabetes é clara:

“O diabetes limita de fazer algumas coisas, mas não impede de ser o que você quiser. Trabalhe duro, siga as orientações médicas e seja responsável com suas escolhas. Viver bem com diabetes é possível, e desistir da vida não é opção”.

Diabetes Tipo 1

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune crônica que afeta principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens. Nela, o sistema imunológico ataca as células do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, hormônio essencial para a absorção de glicose nas células. Sem insulina suficiente, o nível de açúcar no sangue aumenta, causando uma série de sintomas e riscos à saúde.

Entre os sintomas comuns da diabetes tipo 1 estão a sede e a fome excessivas, a perda de peso repentina, cansaço extremo e a necessidade constante de urinar. O tratamento requer uma rotina rigorosa que inclui o uso de insulina, acompanhamento médico, alimentação equilibrada e prática de atividades físicas. Embora ainda não exista uma cura definitiva, a qualidade de vida de pacientes com diabetes tipo 1 pode ser significativamente melhorada com cuidados adequados.

Dados sobre diabetes

O Brasil se posiciona como o quinto país com maior incidência de diabetes no mundo, segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes. Estima-se que cerca de 16 milhões de brasileiros convivem com a doença, número que pode saltar para 21,5 milhões até 2030. Mundialmente, o panorama é igualmente alarmante: aproximadamente 537 milhões de pessoas, ou 1 em cada 10 adultos, têm diabetes, com previsão de que esse número alcance 783 milhões em 2045. Essa realidade preocupa, especialmente porque muitos desconhecem o próprio diagnóstico, o que pode dificultar o tratamento e agravar o quadro de saúde.